Capítulo 01 – Efeito Azarão

Quantas vezes você já se deparou com pessoas que construíram muito e pensou: bah, esse tem sorte? Ou então, por que uns têm tanto e outros passam a vida correndo atrás? Cada jornada é única e tem suas peculiaridades. Mas uma coisa é certa: nada acontece até que você entenda que é grande! E para que você não tenha dúvidas, eu estou aqui para provar que esta é a mais pura verdade.

Quando eu tinha três semanas de vida fui adotado pela minha querida mãe, Maria Iracema, que já tinha uma filha de sangue com cinco anos, a Josiane, minha irmã. Cheguei como um presente para o meu pai que sonhava em ter um filho homem. A intenção da adoção surgiu quando minha mãe descobriu um câncer em estágio avançado e, em seguida, soube da história de uma jovem de 15 anos que estava na segunda gestação e não teria condições de criar mais um bebê. Sinal divino!
Meu pai, policial civil, não sabia de nada. Foi surpreendido com o “presente” ao chegar em casa após um longo e exaustivo dia de trabalho. Contam que ele ficou louco – um misto de fúria e alegria -, e saiu às pressas para registrar o mais novo membro da família. Meio às avessas, é fato. Isso porque eu já estava com quase 30 dias.

Nasci em 16 de janeiro. Mas o amor daquele homem pelo mais novo integrante da família já era tão grande que ele me registrou como se eu tivesse nascido 12 dias antes, em 04 de janeiro. E, pensando bem, nada mais justo (pelo menos pra ele?!) afinal, este era o dia do aniversário daquele policial que, agora, era meu pai. Muitas vezes, lembrando dessa história, me peguei pensando que ele não era normal. Enfim…

Minha mãe adotiva faleceu quando eu estava com dois anos de idade. Para o meu pai, um momento de muita tristeza… Ele foi literalmente destruído pelo luto. O que já era de se esperar, afinal, ele amava demais aquela mulher, por muitos motivos. Mas, principalmente, pela coragem arrebatadora dela ao me adotar, mesmo em um momento tão difícil, como o do diagnóstico da doença. Com essa perda irreparável e o sofrimento extremo, meu pai se jogou no alcoolismo e no trabalho. Uma história semelhante a de tantas pessoas mundo afora, tenho certeza.

Com a tragédia que assolou a nossa família, eu e minha irmã fomos morar com minha avó. Confesso que não lembro muito deste período. Conta a minha irmã – que com apenas sete anos já era responsável por mim – que foi uma época muito difícil, com sentimentos confusos e uma imensa tristeza.

Acredito que todos nós nascemos com grandes possibilidades, até que vamos nos enquadrando e absorvendo experiências resultantes do meio em que vivemos. Essa é a minha verdade.

E até aqui, para quem olhava de fora e fazendo uma analogia com a cultura popular, meu futuro já estava traçado… O fato é que eu tinha tudo para ser um grande azarão, palavra que define “o que tem poucas possibilidades de apresentar resultados positivos em quaisquer disputas, empreendimentos, negócios, projetos ou mesmo na vida”.

Hoje não tenho dúvidas: eu não estava pronto para vivenciar esta história…

De tantas memórias me vem à mente, muitas pouco felizes, uma das mais desafiadoras, sem dúvida, foi quando eu fiquei sabendo que era adotado. Eu tinha seis anos. Lembro como se fosse hoje meu pai falando, claro que, do jeito dele, com muito amor, que eu não era filho biológico. Não preciso dizer que, apesar da fala carinhosa, foi pra mim e é sempre muito doloroso para uma criança descobrir que é diferente dos outros irmãos, que não é filho de sangue. Naquele momento eu só era capaz de entender “eles são, eu não”. Um trauma.

Foi um marco. Nunca mais fui o mesmo. Me tornei extremamente rebelde – como muitos que passaram e ainda passam por situações parecidas. Se ainda existia alguma possibilidade de eu compreender quem eu era e as minhas possibilidades, naquele momento, aquela capacidade se esvaiu. Fui crescendo, crescendo, e apesar dos esforços do meu pai, era impossível eu me sentir pertencente àquela família.

Era como se uma âncora interna e pesada me puxasse para baixo. Algo dentro de mim que me estimulava a pensar que eu era pequeno demais. Muitas vezes eu chorava de tristeza. Eu não acreditava na minha capacidade e jamais imaginaria que hoje estaria aqui, falando sobre a possibilidade que temos de ser quem jamais imaginamos.
Briguei, bati, apanhei. Desafiei as leis de Deus e dos homens. Fui ao limite e levei pessoas ao limite. Passei por diferentes escolas. Detalhes que quem sabe, um dia, eu conte em uma autobiografia. Afinal, se você está aqui é porque quer entender como virar a chave e, não, a rota para o fundo do poço. Brincadeiras à parte, a minha virada começou quando me encontrei com o esporte e, ainda adolescente, fui jogar em outro estado.

Naquele momento, eu não tinha mais uma rede de apoio, um pai-delegado pra me livrar das consequências de escolhas erradas ou uma irmã protetora pra me acolher – pelo menos não tão próximos. E foi na solitude do meu eu, encontrei na fé no Mestre do Mestres Cristo, uma luz para os momentos de escuridão.


Para que aviões decolem é necessário vento contrário, e assim também será com você. Se quiser decolar terá que passar pelos fortes ventos.

T.Nunes

Nunca fui o melhor, mas sempre fui o mais dedicado!

Não era o melhor em português, então busquei nos livros o apoio e o aprendizado que eu precisava. Hoje posso dizer que sou literalmente viciado em ler! Estudei Teologia, fiz enfermagem. E foi em uma tradicional clínica de vacinas da capital gaúcha que comecei a entender que eu tinha um potencial que até então estava adormecido.

Fui além e me tornei o melhor enfermeiro e, acreditem, o melhor e maior vendedor de vacinas que já conheci. Naquela época, vendi mais do que eu mesmo conseguiria aplicar. E foi naquele momento que eu comecei a entender o meu verdadeiro talento: eu era extremamente eficaz quando o assunto era me conectar com as pessoas. Compreendi o poder do olho no olho.(Estamos perdendo esse aspecto importante de sinceridade).

Começava ali um novo capítulo da minha história.

Da clínica fui chamado para uma outra empresa com salário menor, é verdade, mas condições de faturamento diferenciadas e comissões variáveis. Analisei as possibilidades e os riscos e, contrariando a lógica, fui! Não apenas cresci, profissionalmente e pessoalmente falando, como me destaquei. O meu desempenho chamou tanta atenção que em pouco fui convidado para trabalhar em outra empresa e, assim, crescendo e conquistando meu espaço, além, é claro, da tão sonhada estabilidade financeira.

Mas qual o meu propósito ao compartilhar um pouco da minha história?

Entre tantas obras e citações impactantes que fazem parte da minha vida, existe uma frase do americano Napoleon Hill (1883 – 1970), considerado um dos primeiros autores de autoajuda de sucesso, que faz muito sentido pra mim:

“O que a mente do homem pode conceber e acreditar, ela pode alcançar.”

Napoleon Hill

Talvez esta seja uma das muitas verdades que me trouxe até aqui e me encorajou a investir neste projeto. Quero que você que está lendo este texto, independente do seu estágio de vida, dos desafios que esteja enfrentando ou das condições nas quais se encontra entenda que pode chegar onde quiser. Essa é a mais pura verdade!

Na minha casa tenho um quadro com cor extravagante e que chama – propositalmente – muita atenção. Todos os dias quando passo por ele releio a frase “You Think Big, You Get Big”. Em uma tradução aproximada, “Pense grande, Seja grande”. Essa mensagem é, para mim, uma espécie de mantra. Explico: diariamente treino minha mente e repito incansavelmente essa verdade. Sim, pra mim, essa é uma grande e poderosa verdade.

O fato é que, ao contrário do que muitos acreditam, a capacidade de crescer e de se destacar não está restrita a um grupo seleto de indivíduos privilegiados. Todos – inclusive eu e você – têm o potencial de alcançar o sucesso, por mais que as circunstâncias possam parecer limitantes. Como um homem de fé, creio que o criador da humanidade nos concedeu ferramentas internas únicas que podem e devem ser acessadas por todos nós. É óbvio que nem sempre é fácil, mas pode confiar, é só querer: está dentro de você, acredite! Seja apaixonado pela vida, pela grandeza que está dentro de você, “a paixão dá a vida poder, interesse e significado”

Pensar Grande e almejar o crescimento, tanto pessoal quanto profissional, não são prerrogativas de alguns. E neste contexto, pouco importa sua origem, condições econômicas, educação ou ambiente. Cada pessoa possui um conjunto único de habilidades, talentos e recursos internos que podem e devem ser utilizados para promover o crescimento. E se eu consegui, tenho absoluta certeza, você também consegue.

Pessoas comuns geram resultados extraordinários!

Valorize o processo. Inspire-se nas inúmeras histórias de pessoas que superaram adversidades incríveis e atingiram o sucesso. Nos muitos líderes empreendedores e inovadores ao redor do mundo que começaram com poucos ou com quase nenhum recurso, mas que com determinação alcançaram realizações notáveis. Sem esquecer, é claro, das muitas Marias e dos tantos Josés que fazem a diferença em silêncio e impactam de forma positiva o meio em que vivem.

Indícios não faltam para mostrar e comprovar que a vontade e a coragem de crescer são parte da força motriz que faz com que possamos – todos nós, sem exceção – superar qualquer obstáculo.

“Se você colocar seu coração no grande Criado, e seus pés com fé na grandeza que há dentro de você, certamente você terá será uma locomotivo de grandeza”

Mas é claro que inspiração não é tudo! É preciso, literalmente, suar a camiseta!

Vale lembrar que nada acontece de uma hora pra outra. Toda a jornada é um processo, uma construção. Como construímos uma casa? Não precisamos ser especialistas para saber que não começamos pelas paredes, mas, sim, por um consistente alicerce, capaz de mantê-la erguida apesar dos fortes ventos.

Já fui atingido por derrotas gigantescas que, no final, trouxeram gloriosas oportunidades e testaram minha fé. E no final do processo, geraram muito conhecimento e aprendizado. Lembram quando eu disse que era péssimo em português? Ao invés de consolidar esta verdade como realidade absoluta e reforçar essa crença, comecei a – literalmente – devorar livros. Me tornei um leitor voraz e, agora, estou lançando o meu primeiro (você tem poder para isso também).

Aprendi que o mundo está repleto de recursos e oportunidades esperando para serem explorados. As portas estão abertas, para quem quer entrar. Em outras palavras, se você acreditar que pode fazer algo, você será capaz de fazer, apesar de quaisquer obstáculos.

Tudo o que a mente humana pode conceber, ela pode conquistar.

Napoleon Hill

Na prática, o acesso à educação está cada vez mais facilitado, com inúmeras opções de aprendizado online e programas de capacitação gratuitos. Independentemente da sua idade, é possível adquirir novos conhecimentos e desenvolver habilidades. E a força para seguir aprendendo ao longo dos anos está em você, em cada um de nós.

Pare em frente a um espelho: você tem noção da força que tem? Ao longo da minha caminhada já fiz e ainda faço muito isso… É um exercício incrível.
Neste livro, mais do que contar a minha história e os feitos que pra mim são extraordinários, quero destacar alguns conceitos e ideias que me ajudaram a direcionar essa jornada e seguem na minha vida ainda hoje. Até porque rotas precisam ser constantemente ajustadas, pois as necessidades mudam e evoluímos constantemente.

E foi quando eu entendi que era grande e comecei a seguir conceitos e estratégias que faziam sentido pra mim que redirecionei a minha história. Passei de um típico azarão a um profissional de sucesso. E se eu consegui, você também consegue. Pode acreditar!


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