Minha mãe ligou dizendo que seu irmão de criação havia falecido.
Então fui eu, minha irmã e minha mãe para o velório.
Minha irmã dirigia.
Levamos umas duas horas para chegar.
Então fomos tranquilas, acreditando que seria tudo normal.
Mas, como fazia muitos anos que não visitava o mesmo…
Sabíamos que estava sendo velado, no cemitério de Brusque, em Santa Catarina.
Quando chegamos minha mãe foi em direção ao defunto.
Abraçou, chorou muito, muito…
Eu e minha irmã, como não conhecíamos, ficamos um pouco longe.
Não demonstrávamos sentimentos .
Mas começamos a ficar curiosas quando nossa mãe parou de chorar e beijar…
Foi quando ela, desconfiada, virou-se para os parentes.
Para nossa surpresa, não havia nenhum conhecido.
Como eu e minha irmã estávamos perto da porta e vimos a mãe gesticular que não era o irmão dela, fomos saindo de mansinho.
Mas caímos num riso desesperador!
Era coisa de louco, não conseguíamos parar!
Descemos em direção ao cemitério, para que ninguém pudesse nos ver daquele jeito.
Colocávamos as mãos na boca, mas não tinha jeito.
Depois decidimos retornar para o local dos velórios.
Nossa mãe entrou e foi no segundo defunto, olhou um pouco e novamente não era.
A reação do riso é automática e pior.
Não teve jeito, mais um vez caminhamos em direção ao cemitério para rir.
E ficamos aguardando mais ainda, na tentativa do riso parar, afinal não era o local e momento para rir.
Estávamos ali para nos despedirmos de uma pessoa que minha mãe havia sido criada junto.
Ela tinha sentimentos muito fortes por ele.
Foi muito difícil, mas tínhamos que cumprir nossa missão.
Resolvemos retornar, e no terceiro defunto, minha mãe acertou.
Mas foi extremamente difícil.
Nunca esqueci, devido a situação incontrolável que estávamos.
No retorno para casa minha irmã várias vezes teve que colocar o carro no acostamento e começávamos a gargalhar novamente.
Ficávamos pensando no que tinha acontecido.
Meu Deus! Que anormal!
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